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6.2. Segundo Encontro: Rm 1,8-7
6.2. Segundo Encontro: Rm 1,8-7

 

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1- Oração Inicial: Iniciemos nossa jornada com o coração aberto, reconhecendo a presença viva da Santíssima Trindade entre nós. Que sua luz nos ilumine e sua graça nos fortaleça enquanto mergulhamos neste estudo da Carta aos Romanos.

 

Senhor Deus Todo-Poderoso, agradecemos por este momento de aprendizado e reflexão em Tua Palavra. Que o Espírito Santo nos conduza, iluminando nosso entendimento para que possamos absorver as verdades contidas nesta Carta sagrada. Que cada versículo nos revele mais sobre Tua graça, Tua justiça e Teu amor incondicional. Abre nossos corações e mentes, Senhor, para que possamos viver esses ensinamentos em nosso cotidiano, crescendo na fé e no conhecimento de Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

2- Motivando o encontro de hoje: "Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é a força de Deus para a salvação de todos que nele creem". Esta verdade é o coração da mensagem de Paulo, que insiste no evangelho de Jesus Cristo crucificado como o único caminho para a redenção. Mas por que ele enfatiza isso com tanta determinação? Porque, naquela época, muitas outras doutrinas (evangelhos) disputavam espaço, trazendo visões distorcidas e influências que desviavam a comunidade cristã do propósito genuíno.

 

Neste segundo encontro, vamos desvendar esses projetos de salvação (evangelhos) que não apenas impactavam, mas também comprometiam a vivência autêntica dos cristãos. Paulo, consciente dos desafios enfrentados pelos fiéis em Roma, expõe de forma clara e incontestável o evangelho de Cristo e sua prática, deixando evidente que não há outro caminho capaz de transformar vidas. Ele sabia que alguns estavam sendo influenciados por valores distantes da fé verdadeira—por isso, reafirma com convicção o meu evangelho, chamando os cristãos a um compromisso inabalável.

 

3- Situando o texto de Rm 1,8-7 dentro do contexto. Em Romanos 1,8-17, Paulo manifesta seu desejo de visitar Roma e proclama com firmeza o evangelho de Jesus Cristo crucificado. Seu impulso missionário sempre foi expandir as fronteiras geográficas—almejava chegar à Espanha, mas reconhecia a importância do apoio da comunidade romana. Como um missionário convicto, acreditava que o evangelho era destinado a todas as pessoas, independentemente de etnia, classe social ou gênero.

 

Na metade do primeiro século d.C., Roma, com mais de um milhão de habitantes, era uma capital sem precedentes, marcada por construções esplêndidas—palácios majestosos, templos imponentes e colunatas grandiosas. Pessoas de todas as origens—funcionários públicos, comerciantes e pregadores de diversos cultos—afluíam à cidade por meio da extensa rede de estradas e rotas do Império. Roma se consolidava como um grande centro de atração e irradiação cultural, política e econômica.

 

É provável que a notícia sobre a comunidade de Roma tenha se espalhado entre os seguidores e seguidoras de Jesus Cristo no Oriente. Possivelmente Paulo havia sido informado, pelo casal judeu-cristão Priscila e Áquila—expulsos de Roma por decreto do imperador Cláudio— sobre a comunidade e a situação da cidade (At 18,1-4) de que os cristãos de Roma enfrentavam dificuldades com o evangelho que ele pregava, o qual ele próprio chamava de “meu evangelho”. Naquela comunidade, alguns eram influenciados pelo evangelho do imperador romano, marcado pelo espírito de busca desenfreada por bens, poder, prazer e honra—características da helenização. Outros, por sua vez, seguiam o judaísmo oficial, cuja doutrina enfatizava a obtenção da salvação por meio da observância fundamentalista e rigorosa das leis de pureza.

 

Na realidade, esses dois evangelhos causavam ou justificavam e perpetuavam a opressão, a discriminação e a exclusão dos mais empobrecidos. O Evangelho do Imperador prometia prosperidade e paz àqueles que adotassem a lógica do império, buscando privilégios por meio do poder militar, do dinheiro e da veneração às divindades imperiais—oprimindo, assim, povos dominados, pobres e escravos. Já o evangelho do judaísmo oficial anunciava a salvação de Deus pela observância da lei, mas excluía aqueles considerados impuros, como doentes, indigentes, estrangeiros e a maioria dos pobres e escravizados.

 

O evangelho do judaísmo oficial anunciava a salvação de Deus por meio da observância da lei, mas excluía aqueles considerados impuros, como doentes, indigentes, estrangeiros e a maioria dos pobres e escravizados. O judaísmo oficial proclamava a salvação através da lei, porém marginalizava aqueles vistos como impuros. Diante dos projetos de salvação do império e dos judeus legalistas, Paulo, presenta o evangelho de Jesus Cristo coo tema central da carta (Rm 1,16-17)

 

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Diante disso, Paulo saúda os cristãos de Roma com palavras de reconhecimento: 'Primeiramente, dou graças ao meu Deus por meio de Jesus Cristo, por causa de todos vocês, porque a fé que vocês têm é proclamada em todo o mundo' (Rm 1,8). Ao que tudo indica, a comunidade de Roma já desfrutava de uma reputação universal.

 

A aparente ênfase exagerada de Paulo ao reconhecer a comunidade de Roma pode servir para conquistar sua empatia, já que ele ainda não a visitou pessoalmente. No entanto, é essencial compreender que, para Paulo, Roma—o centro do mundo—representa um ponto estratégico na difusão do evangelho de Jesus Cristo: 'Pois Deus, a quem presto culto em meu espírito, anunciando o evangelho de seu Filho, é testemunha de como eu me lembro de vocês' (Rm 1,9). Trata-se de uma missão universal: anunciar ao Ocidente a mensagem de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, com o apoio da comunidade romana. A evangelização encontra, assim, um poderoso ponto de irradiação.

 

6- Comentando o texto: -  Logo no inicio da Carta, Paulo saúda os cristãos de Roma com palavras de reconhecimento: 'Primeiramente, dou graças ao meu Deus por meio de Jesus Cristo, por causa de todos vocês, porque a fé que vocês têm é proclamada em todo o mundo' (Rm 1,8). Ao que tudo indica, a comunidade de Roma já desfrutava de uma reputação universal. Após elogiar a comunidade (Rm 1,8), ele se apresenta de forma clara, reafirmando sua identidade e missão. Além disso, manifesta seu desejo de visitá-los para fortalecê-los com algum dom espiritual. Seu anseio era tornar-se um com eles, compartilhando sua vivência de fé.

 

Na saudação, Paulo se apresenta e destaca a missão universal da evangelização: 'Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, escolhido para o evangelho de Deus' (Rm 1,1). Ele se vê como 'servo' de Cristo Jesus, que foi morto pelo Império e ressuscitado contra o Império (Is 42,1-9; 52,13-53,12). Sua missão, como 'apóstolo'—termo de origem judaica que significa 'enviado'—foi concedida pelo próprio Jesus, que o escolheu para proclamar a boa-nova de Deus. Essa mensagem, prometida aos pobres e sofredores no passado (Is 61,1-2), se concretizou na vida e morte de Jesus Cristo, que entregou sua existência por amor ao próximo (Rm 5,12-21; Gl 6,11-18).

 

Para levar adiante a missão universal do evangelho de Jesus Cristo, Paulo deseja visitar e fortalecer a comunidade de Roma com os dons do Espírito (carismas; cf. 1Cor 12-14). Ele expressa esse anseio em suas orações: 'E em minhas orações sempre peço que, de algum modo, segundo a vontade de Deus, eu tenha a oportunidade de ir até aí junto de vocês. Eu realmente desejo muito vê-los, para lhes comunicar algum dom espiritual que possa fortalecê-los, isto é, para que eu seja encorajado, junto com vocês, pela fé que é comum a vocês e a mim' (Rm 1,10-12). Paulo vê Roma como um centro estratégico de apoio à missão universal, unindo a comunidade na mesma fé no evangelho de Jesus Cristo. Da capital do Império, a mensagem de Cristo se espalharia para toda parte.

 

Um aspecto fundamental do termo 'fé' merece destaque: 'Lembramos a obra da fé, o esforço do amor e a constância da esperança que vocês têm no Senhor nosso Jesus Cristo, diante de Deus nosso Pai' (1Ts 1,3). A fé em Jesus Cristo deve ser dinâmica e transformadora! Para perseverar na caminhada cristã, é essencial que essa fé se manifeste em ações concretas de amor ao próximo, gerando uma esperança resiliente na realização do projeto de Jesus crucificado e ressuscitado: um reino de justiça, igualdade e fraternidade, pautado, sobretudo, pelo amor solidário às pessoas crucificadas de ontem e de hoje (Rm 8,18-23).

 

Por isso, Paulo exorta a comunidade de Roma a transformar a fé em um ato concreto de amor ao próximo: 'Não quero que fiquem sem saber, irmãos, que muitas vezes planejei ir visitá-los, a fim de colher algum fruto entre vocês também, tal como entre as outras nações; mas até agora fui impedido' (Rm 1,13). Talvez ele quisesse incentivar os cristãos de Roma a expressar sua fé por meio da generosidade, como na iniciativa de coleta realizada em favor dos santos de Jerusalém que viviam na pobreza: 'A Macedônia e a Acaia decidiram generosamente fazer uma coleta em favor dos santos de Jerusalém que estão na pobreza. Portanto, quando eu tiver concluído essa tarefa e tiver entregue oficialmente o fruto da coleta, irei à Espanha passando por vocês' (Rm 15,26.28).

 

O engajamento da comunidade de Roma no mutirão da solidariedade para com a comunidade de Jerusalém faz parte do projeto missionário de Paulo, um judeu seguidor de Jesus Cristo que se tornou um fervoroso evangelizador dos gentios. Seu objetivo é garantir a unidade entre os cristãos gentios de Roma e os judeu-cristãos de Jerusalém, fortalecendo os laços entre essas comunidades. No cerne de sua pregação, Paulo anuncia a universalidade do evangelho de Jesus, um judeu que foi morto pelo Império e ressuscitado contra o Império, trazendo salvação para toda a humanidade.

 

Em nome do evangelho do amor de Jesus Cristo crucificado, a salvação—a graça de Deus—não está restrita apenas aos judeus, mas se estende a todas as pessoas, sem distinção sociocultural: 'Sou devedor a gregos e bárbaros, a sábios e ignorantes. Daí o meu desejo de levar o evangelho também a vocês que estão em Roma' (Rm 1,14-15). Ao mencionar sua missão entre os gentios (Rm 1,5), Paulo identifica os que seguem a cultura greco-romana como 'gregos', enquanto os demais gentios são chamados de 'bárbaros'. Sua missão, no entanto, transcende essas classificações, sendo destinada a toda a humanidade. Para concluir a introdução (Rm 1,1-17), Paulo apresenta o tema central da carta, um verdadeiro resumo de sua pregação: 'Porque eu não me envergonho do evangelho, pois ele é força de Deus para a salvação de todo aquele que crê, em primeiro lugar o judeu, e depois o grego' (Rm 1,16).

 

De fato, no evangelho, a justiça de Deus se revela por meio da fé e para a fé, como está escrito: 'O justo viverá pela fé' (Rm 1,16-17). O projeto divino—sua presença salvadora, justiça, graça e força—manifestou-se na vida de Jesus e continua a se concretizar entre aqueles que, com fidelidade e justiça, vivem uma fé ativa. Essa fé se expressa na prática da palavra e no compromisso com o amor e a justiça de Cristo, no evangelho daquele que foi crucificado e ressuscitou para dar vida eterna a todos.

 

Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é a força de Deus para a salvação de todos que nele creem. Paulo enfatiza constantemente o evangelho de Jesus Cristo crucificado como projeto divino de redenção. Mas por que ele insiste tanto nisso? Porque naquele tempo, outros evangelhos circulavam, trazendo diferentes visões e influências. Nesse segundo encontro iremos ver os projetos de salvação que impactavam e  comprometiam a vivência da comunidade cristã. Na carta, Paulo detalha cuidadosamente o evangelho de Jesus Cristo e sua prática, buscando esclarecer sua mensagem. Ele foi informado de que os cristãos de Roma enfrentavam dificuldades para compreender e aceitar o evangelho que ele anunciava—o que ele próprio chama de meu evangelho.

 

Dentro dessa comunidade, algumas pessoas eram fortemente influenciadas pelo evangelho do imperador romano, que promovia uma busca desenfreada por bens materiais, poder, prazer e honra—valores que se tornaram marcas daquele tempo.

 

05- Aprofunda o tema estudado, clicando aqui  Carta aos Romanos; 2ª Parte

 

 

 

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