Rating: 2.9/5 (2095 votos)

ONLINE
3
Partilhe esta Página

 

super bowl 2021

6.3 - Terceiro Enconto - Rm 12, 3-21
6.3 - Terceiro Enconto - Rm 12, 3-21

 

Curso Bíblico Interativo via WhatsApp:  Entendendo a Carta aos Romanos  

3º  Encontro: O amor e a vida fraterna dentro e fora da comunidade cristã (Rm 12,3-21)


 

https://img.comunidades.net/lei/leituraorante/Captura_de_Tela_33_.png

 

1- Oração Inicial: Iniciemos nossa jornada com o coração aberto, reconhecendo a presença viva da Santíssima Trindade entre nós. Que sua luz nos ilumine e sua graça nos fortaleça enquanto mergulhamos neste estudo da Carta aos Romanos.

 

Senhor Deus Todo-Poderoso, agradecemos por este momento de aprendizado e reflexão em Tua Palavra. Que o Espírito Santo nos conduza, iluminando nosso entendimento para que possamos absorver as verdades contidas nesta Carta sagrada. Que cada versículo nos revele mais sobre Tua graça, Tua justiça e Teu amor incondicional. Abre nossos corações e mentes, Senhor, para que possamos viver esses ensinamentos em nosso cotidiano, crescendo na fé e no conhecimento de Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

2- Motivando o encontro de hoje:  Como membros de um só corpo em Cristo, somos chamados a viver o amor de maneira plena, dentro e fora da comunidade cristã. O texto nos exorta à disponibilidade para o serviço do bem comum, lembrando que cada dom e talento recebido deve ser colocado a serviço dos irmãos. As recomendações de Paulo enfatizam a vivência concreta do amor—não apenas como princípio, mas como ação cotidiana. A prática do amor ao próximo, da fraternidade e da solidariedade não são meros gestos ocasionais, mas a essência da identidade cristã. Ser discípulo de Cristo é cultivar relações que reflitam sua graça e promover, em cada encontro, a justiça e a paz. Que esse chamado ressoe em nós e nos impulsione a transformar o mundo pela força do amor verdadeiro.

 

3- Situando o texto de Rm 12,3-21, que iremos estudar hoje.  No contexto da comunidade cristã, havia conflitos e disputas pelos ministérios, reflexo do mundo imperial romano, dominado por instintos egoístas—chamados de carne na carta—que levavam à negligência e libertinagem moral e social, por isso, na Carta aos Romanos, Paulo apresenta exigências para a vida comunitária, destacando a unidade na diversidade a serviço do bem comum. 

 

Primeiramente ele apresenta um conjunto de vícios profundamente enraizados no egoísmo humano, refletindo a busca desenfreada por bens, poder, prazer e honra. Paulo critica aqueles que seguem seus próprios instintos egoístas, "sufocando a verdade com a injustiça" (Rm 1,18). Ele denuncia o espírito explorador e dominador característico do mundo greco-romano, expresso na helenização e romanização, que incentivava uma competição desenfreada, promovia a injustiça, a negligência e a libertinagem moral e social—resultando, em última instância, na autodestruição humana.

 

Esse espírito egoísta e ganancioso, que absolutiza pessoas, bens, poder e prazeres no lugar do Deus verdadeiro da vida (Rm 1,24-32), manifesta-se claramente no Livro da Sabedoria, escrito em grego na Alexandria por volta de 30 a.C., durante o domínio romano (Sb 1,16-2,1; 2,6-7.9), conforme abaixo.  

 

 

 

Como a vida é breve e não há vida nem julgamento além-túmulo, o único sentido da vida é gozar e realizar todos os prazeres: vinho, festas, perfume, orgias etc. Na busca desenfreada por bens, prazeres e poder, o ímpio faz "aliança com a morte", explora o corpo dos pobres e até tenta eliminar o justo que denuncia as injustiças sociais (Sb 2,10-12). 

 

O espírito egoísta e ganancioso, promovido pelo império romano, permeava o mundo greco-romano e até as comunidades cristãs, gerando conflitos internos e externos. A comunidade de Corinto, onde Paulo escreveu a carta aos Romanos, também enfrentava competição, injustiça e libertinagem.

 

Paulo enfatiza a importância da caridade e do amor fraterno, alertando contra a influência do egoísmo e da inveja (1 Cor 13,4-6). Ele destaca que todos os dons vêm de Deus e devem servir ao bem comum, combatendo a ambição e a dominação (1 Cor 12,4-7). Além disso, adverte contra a transformação da liberdade cristã em libertinagem, onde o corpo se torna instrumento de prazer desenfreado (1 Cor 6,12-13; Gl 5,16).

 

Paulo critica, de forma irônica, os ricos e poderosos que se consideram superiores, explorando e desprezando os mais vulneráveis (1 Cor 4,10-13). Ele também denuncia a distorção da ceia do Senhor, que se tornou um ambiente de exclusão e abuso, onde alguns desfrutam em excesso enquanto outros passam fome (1 Cor 11,20-22).

 

Esse espírito egoísta, marcado pela busca desenfreada por bens, poder e prazeres, gerava conflitos tanto no mundo greco-romano quanto nas comunidades cristãs. Roma não foi exceção, pois alguns membros da comunidade cristã adotaram essa mentalidade, corrompendo as relações sociais e espirituais (Rm 1,21-31).

 

Em Romanos 12,3-21, Paulo adverte contra a pretensão, a soberba, a competição desenfreada e a negligência presentes entre alguns membros egoístas e gananciosos da comunidade. Ele denuncia:

 

a) A disputa por status e cargos, que deve ser substituída pelo serviço humilde e pelo reconhecimento dos dons dados por Deus (Rm 12,3-8);

b) A negligência na vida comunitária e fraterna, chamando à prática sincera do amor, da hospitalidade e da solidariedade (Rm 12,9-13.15-16);

c) A indiferença para com os pobres, reforçando a importância da generosidade, da justiça e do cuidado com os mais necessitados (Rm 12,14.17-21). E orienta a comunidade a praticar a empatia e a solidariedade: "Alegrem-se com os que se alegram, chorem com os que choram. Tenham os mesmos sentimentos uns pelos outros, sem pretensões de grandeza, mas fazendo caminho com os oprimidos" (Rm 12,15-16).

 

A injustiça e a exploração promovidas pelo Império continuam refletidas na sociedade atual, marcada por violência, preconceito, destruição ambiental e desigualdade social. Diante desse cenário, a missão cristã é perceber essas dores, acolher os que sofrem e organizar-se para transformar a realidade, promovendo um mundo mais justo e solidário.

 

https://img.comunidades.net/lei/leituraorante/maxresdefault.jpg

 

4- Leitura do texto Rm 12,3-21 - Pegue a sua bíblia e leia o texto proposto para a aula de hoje e depois responda as seguintes questões. 

 

a) Quais dificuldades levantadas dentro e fora da comunidade transparecem no texto?

b) De acordo com o texto, quais as exigências para viver a vida cristã de modo coerente com o evangelho de Jesus Cristo?

 

5- Comentando o texto Rm 12,3-21Paulo ensina que a vida cristã deve ser uma resposta à graça recebida de Deus, oferecendo-se como sacrifício vivo e vivendo segundo Sua vontade (Rm 12,1-3). Ele reforça que a fé não depende de méritos ou conquistas, mas do amor gratuito de Deus, que exige humildade e serviço ao próximo.

 

Usando a metáfora do corpo (1Cor 12,12-31), Paulo explica que todos os membros da comunidade têm funções diferentes, mas devem agir em unidade e solidariedade. No mundo greco-romano, essa imagem era usada para justificar a hierarquia e o poder imperial, mas Paulo redefine seu significado, colocando Cristo—morto e ressuscitado por amor—como a verdadeira cabeça da comunidade. Pela fé nesse amor, ninguém deve se excluir ou excluir os outros.

 

Paulo compara a comunidade cristã ao corpo de Cristo, destacando a importância do serviço ao bem comum. Ele apresenta sete dons ou ministérios que simbolizam a totalidade dos serviços na comunidade fraterna:

 

  1. Profecia Discernir e anunciar a vontade de Deus para edificação da comunidade (Rm 12,6).

  2. Serviço Deve ser exercido sem ambição, promovendo solidariedade e justiça (Rm 12,7a).

  3. Ensino Responsável por transmitir e aprofundar o conhecimento das Escrituras (Rm 12,7b).

  4. Encorajamento – Apoiar e fortalecer a caminhada cristã (Rm 12,8a).

  5. Distribuição de bens – Feita com simplicidade, visando justiça e bem comum (Rm 12,8b).

  6. Liderança – Deve ser exercida com zelo e humildade, sem busca por prestígio (Rm 12,8c).

  7. Obras de misericórdia – Auxílio aos necessitados, realizado com alegria e dedicação (Rm 12,8d).

Esses ministérios refletem o chamado cristão ao serviço comunitário como um "sacrifício vivo" para Deus e ainda destaca a importância dos sete dons para fortalecer a fraternidade e a comunhão na comunidade cristã. No entanto, ele percebe que alguns membros utilizam os ministérios para benefício próprio, causando discórdia e negligenciando os mais necessitados. Para combater essa atitude, Paulo reforça a necessidade do amor verdadeiro, do zelo pelo bem comum e da hospitalidade, fundamentais para manter a unidade e a santidade da comunidade (Rm 12,1-13).

 

Ele também enfatiza a prática da hospitalidade como virtude essencial, presente no Antigo Testamento e vivenciada pelos cristãos primitivos, especialmente em suas viagens missionárias. O acolhimento dos necessitados reflete a verdadeira vivência da fé e do amor ao próximo. Enfim, Paulo orienta e exorta os cristãos de Roma a formarem a comunidade do amor de Jesus, que se diferencia das estruturas de exploração e dominação do Imperio (Cf Rm 1,18-32)

 

 

6- E hoje?  No encerramento do vídeo que acabamos de assistir, Luiz nos trouxe uma reflexão profunda: ao abrir o jornal ou acompanhar o noticiário, nos deparamos com uma realidade alarmante. Violência física e psicológica, assassinatos—incluindo feminicídio—e diversas formas de preconceito e exclusão assolam nossa sociedade.

 

A crueldade da guerra segue atingindo os mais vulneráveis. Um exemplo doloroso é o caso dos três bebês palestinos que morreram de hipotermia no campo de refugiados de al-Mawasi, no sul de Gaza. Segundo a Unrwa, agência da ONU para refugiados da Palestina, até 24 de dezembro de 2024, mais de 14.500 crianças palestinas haviam sido mortas na Faixa de Gaza desde outubro do ano anterior—uma estatística assustadora, que representa, em média, uma morte infantil a cada sessenta minutos.

 

Diante desse cenário, não podemos perder nossa sensibilidade nem nos tornar indiferentes ao sofrimento de nossos irmãos e irmãs. Como estamos nos organizando para compreender os desafios que afetam nossa comunidade? Temos espaços de acolhimento e escuta para essas pessoas? Quais ações, individuais e coletivas, estamos realizando em solidariedade aos mais necessitados?

 

07- Partilha no grupo: Agora é a sua vez! Compartilhe com o grupo suas descobertas, reflexões e dúvidas, enriquecendo o diálogo e fortalecendo nossa caminhada juntos.